Médico afirmou que remédios chegaram a ser barrados pela agência, mas aterrissaram no RS após liberação da Anvisa. Agência ressaltou que não tem poder de deter voos particulares ou de companhias aéreas. Fato ou Fake desmente fake news sobre a tragédia no RS
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) afirmou nesta sexta-feira (10) que não restringe nem restringiu voos com remédios para serem entregues no Rio Grande do Sul, estado assolado por fortes chuvas e inundações.
A agência se posicionou após um médico gaúcho, Victor Sorrentino, afirmar em seus perfis nas redes sociais que remédios em aviões particulares não estavam podendo deixar os aeroportos porque a "burocracia" da Anvisa estava impedindo.
"Nós estamos em três aeroportos com aviões carregados de medicamentos que não estão conseguindo ser transportados pro causa de burocracia da Anvisa", afirmou o profissional em uma transmissão ao vivo.
Momento depois, ele escreveu que a Anvisa autorizou a liberação, e os remédios chegaram.
"Expressamos nossa mais profunda gratidão à Anvisa pela rápida e flexível resposta à solicitação", disse Sorrentino.
Questionada sobre eventuais problemas com remédios doados, a Anvisa respondeu que não dificultou a viagem de nenhum medicamento.
"A Anvisa reitera que não efetuou qualquer restrição ao transporte de medicamentos destinados ao Rio Grande do Sul, seja por aeronave particular ou de companhia aérea", afirmou a agência em nota.
A agência ressaltou que "a decolagem de aviões em território nacional não depende de autorização da Anvisa".
O g1 questionou a Anvisa especificamente sobre o fato relatado pelo médico.
"Sobre o relato do médico, seria necessário consultar o próprio para checar a qual aeronave, em qual aeroporto, com qual carga ele se referiu", respondeu a Anvisa.
Até a última atualização desta reportagem, o g1 buscava contato com o profissional.
Preocupação com fake news
O governo federal está preocupado com informações falsas que estão sendo veiculadas na internet a respeito da tragédia no Rio Grande do Sul.
Para combater a desinformação, a Advocacia-Geral da União instalou um comitê de fiscalização contra as fake news sobre o RS e chamou as plataformas das redes sociais para cooperar a retirar o material do ar.
"As fake news têm atrapalhado, primeiramente, a ação do poder público, porque a população tem recebido informações inautênticas e inverídicas em relação a ações que estão em andamento agora mesmo no Rio Grande do Sul," afirmou o advogado-geral da União, Jorge Messias.
Participaram da reunião representantes das empresas Google, LinkedIn, YouTube, TikTok, Meta, Kwai, Kuaishou Technology e Spotify. A representante do X entrou de maneira remota, mas não se manifestou.
Segundo Messias, todas as empresas que se manifestaram se mostraram interessadas em cooperar.
Medidas de flexibilização
A Anvisa afirmou também que está comprometida com a chegada de medicamentos no RS e que adotou medidas para agilizar trâmites. São elas:
Suspensão de prazos em processos de interesse de empresas afetadas pela situação no RS.
Flexibilização da receita de medicamentos controlados.
Priorização geral de análise para qualquer solicitação do RS ou MS com foco no enfrentamento da calamidade.
Autorização de comércio e doação de álcool líquido neste momento em que as pessoas podem não ter acesso a métodos adequados de limpeza, higienização de objetos, antissepsia das mãos e outras ações fundamentais para evitar doenças relacionadas a situações de enchentes.