O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não quis comentar nesta quinta-feira (9) o "racha", ou seja, a divisão, na diretoria do Banco Central sobre a taxa básica de juros da economia, a Selic.
Nesta quarta-feira (8), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, formado pelo presidente, Roberto Campos Neto, e pelos diretores da instituição, decidiu reduzir o ritmo de corte da taxa básica de juros --- que caiu 0,25 ponto percentual, de 10,75% para 10,50% ao ano.
A decisão foi dividida. Os quatro diretores indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva votaram por um corte maior nos juros, de 0,5 ponto percentual, para 10,25% ao ano. Mas foram voto vencido. Quatro diretores mais antigos e o presidente do BC, formando uma maioria, optaram por uma redução menor na taxa Selic.
"Eu vou esperar a ata [do Copom, que sai na terça-feira da próxima semana], acho que a ata pode esclarecer melhor o que passou. O comunicado está muito sintético", declarou o ministro Fernando Haddad.
Questionado se o "racha" no Copom não poderia deixar o mercado financeiro mais nervoso nesta quinta-feira, indicando uma possível leniência do governo petista com a inflação no próximo ano -- quando terá maioria no Copom -- Haddad não respondeu diretamente à pergunta.
"Não, não. Acho que 'guidance' era uma coisa muito importante de se observar", se limitou a dizer o ministro.