O presidente Lula (PT) vai participar na quinta-feira (25) de um jantar na residência do embaixador de Portugal no Brasil, Luís Faro Ramos, para comemorar os 50 anos da Revolução dos Cravos, que marcou o fim da ditadura salazarista no país.
Lula chegou a ser convidado pelo governo de Portugal a viajar para celebrar a data no parlamento português, mas, segundo fontes, comunicou à representação diplomática portuguesa que não faria a viagem.
Oficialmente, nenhuma explicação foi dada para a ausência de Lula em Portugal. Mas o contexto do avanço da extrema direita no país é considerado, segundo fontes. Fontes do Palácio do Planalto indicam que Lula quis evitar qualquer constrangimento político em solo português. O líder do partido de direita Chega, André Ventura, chegou a dizer que o partido trabalharia para "proibir" a entrada do presidente brasileiro no país para a celebração, caso fosse eleito primeiro-ministro do país.
Líder da centro-direita é nomeado primeiro-ministro em Portugal
Para o evento, no lugar de Lula, irá o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira. Este ano, os chefes de Estado de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe, países africanos de língua oficial portuguesa (PALOP), e de Timor-Leste vão participar em Lisboa numa sessão evocativa do 25 de Abril.
O jantar na embaixada de Portugal deve contar com a presença do vice-presidente Geraldo Alckmin, além de outros ministros do governo ela, como as ministra da Cultura, Margareth Menezes, e da Saúde, Nísia Trindade. Também são esperados no jantar representantes das Forças Armadas brasileiras, além do ministro da Defesa, José Múcio Monteiro.
Lula esteve em Portugal em abril de 2023. Na ocasião, participou de uma "cimeira" entre os dois Estados, na 13ª Cúpula Luso-Brasileira, com o primeiro-ministro de Portugal, António Costa, e outras autoridades portuguesas. Também assinou o diploma do Premio Camões 2019, dado ao cantor e compositor Chico Buarque. Lula chegou a ser alvo de protestos de legisladores de extrema direita do país europeu durante discurso.
O governo minoritário de centro-direita de Portugal, do primeiro-ministro Luis Montenegro, assumiu o poder no início do mês. O país te um parlamento fragmentado em meio ao avanço da direita portuguesa. A coligação Aliança Democrática (AD) venceu as eleições de 10 de Março por uma pequena margem sobre o atual Partido Socialista (PS).