O Ministério Público Federal de Minas Gerais passou a investigar a suspeita de que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) tenha utilizado de forma ilegal um segundo sistema de espionagem – este, para a invasão em massa de computadores.
A decisão de incluir esse segundo sistema nas investigações já em andamento no Ministério Público foi do procurador Carlos Bruno Ferreira da Silva.
No despacho, o procurador diz que passará a investigar o possível uso ilegal do sistema por ser um "tema conexo" à apuração original – relacionada ao sistema FirstMile, usado pela Abin para rastrear pessoas a partir da geolocalização dos celulares sem aval da Justiça.
A suspeita de que há um sistema ilegal na Abin de invasão em massa de computadores está sendo apurada pela PF e foi revelada pelo apresentador da Globonews Cesar Tralli.
Tralli: Investigação que mira servidores da Abin aponta uso de outro programa espião
A ferramenta de invasão por meio de um malware (software que causa danos) acessa todo o conteúdo dos computadores, segundo fontes.
A intrusão clandestina pode se dar via disparo de um e-mail, por uma mensagem de texto, pelo uso do WhatsApp em computadores ou por acesso físico (por exemplo, inserindo um pendrive na máquina).
A vítima infectada não sabe que a invasão ocorreu. E, imediatamente, todo o conteúdo do computador passa a ser acessado pelos espiões.
PF investiga uso ilegal de sistema de rastreamento de celulares por agentes da Abin durante governo Bolsonaro