Itamaraty tem sinalizado de forma positiva à intenção do presidente ucraniano. Zelensky tem buscado se aproximar de países neutros na guerra, mas que ainda mantêm negócios com a Rússia. O Palácio do Itamaraty aguarda a diplomacia da Ucrânia apresentar possíveis datas para uma eventual visita do presidente Volodymyr Zelensky ao Brasil.
Em setembro, durante a Assembleia-Geral das Nações Unidas (ONU), em Nova York, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, foi procurado pela diplomacia ucraniana, que o sondou sobre uma vinda de Zelensky ao Brasil.
A visita de Zelensky já foi tratada entre os dois presidentes, Lula e Zelenksy. O interesse partiu do governo ucraniano, e o Brasil tem respondido de maneira favorável ao pedido de visita.
Zelensky busca aproximação com países de postura neutra no conflito entre Rússia e Ucrânia, e que ainda mantêm negócios com os russos, como é o caso do Brasil. Potências ocidentais, como os Estados Unidos, aplicam sanções comerciais à Rússia.
Lula e Zelensky se encontraram em setembro durante reunião do Conselho de Segurança da ONU. Na ocasião, o presidente ucraniano foi até o hotel do presidente Lula, para uma conversa de 1h10.
Em conversa com Zelensky, Lula destaca importância de diálogo e que mesa de negociação é muito mais barata do que guerra
Na ocasião, eles puderam conversar sobre a invasão russa à Ucrânia, que começou em fevereiro de 2022 e desde então tem resultado numa guerra que é um dos principais problemas geopolíticos do mundo.
Lula busca protagonismo no cenário mundial e pretende liderar movimento pelo fim do conflito. É ideia do presidente a criação de um "clube da paz", que reuniria países neutros no conflito e que tenham capacidade de intermediar conversar entre Rússia e Ucrânia.
No início do ano, algumas declarações de Lula não foram bem recebidas por Zelensky. O presidente brasileiro disse, por exemplo, que Rússia e Ucrânia -- o país invadido -- eram responsáveis pelo conflito.
Lula também disse que as potências ocidentais, ao fornecerem armas e munições para a Ucrânia, perpetuavam a guerra.
Depois Lula moderou o discurso e passou a condenar de forma mais veemente e invasão russa. Quando ele se encontrou com Zelensky, em Nova York, já havia dado declarações diretas contra a agressão ao território ucraniano.