Presidentes terão reunião na manhã desta quarta-feira (17) e, à tarde, abrem evento literário. Eleição na Venezuela é um dos temas que devem ser tratados em Bogotá. Presidente Lula cumprimentando vice-presidente Geraldo Alckmin ao embarcar para a Colômbia.
Ricardo Stuckert/ Presidência da República
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou na noite desta terça-feira (16) à Bogotá, capital da Colômbia, onde terá uma série de agendas com o presidente do país vizinho, Gustavo Petro.
Os compromissos de Lula serão nesta quarta-feira (17). Pela manhã, ele terá uma reunião de trabalho com Petro, seguida da assinatura de acordos e de um almoço na Casa de Nariño, o palácio presidencial colombiano.
À tarde, os presidentes participarão de um fórum empresarial e da abertura da Feira Internacional do Livro de Bogotá. O Brasil é o país homenageado desta edição da feira, um dos principais eventos culturais da Colômbia.
Lula faz sua segunda visita à Colômbia neste terceiro mandato presidencial. A primeira ocorreu em julho de 2023, quando esteve com Petro em Leticia, cidade amazônica na fronteira entre os dois países, para um fórum sobre desenvolvimento sustentável da floresta.
Lula faz caminhada, alimenta peixes e joga bola no Palácio da Alvorada
Eleições na Venezuela
Diretor do departamento de América do Sul do Itamaraty, o ministro João Marcelo Galvão de Queiroz afirmou a jornalistas que Lula e Petro podem tratar da eleição presidencial na Venezuela.
A votação está marcada para 28 de julho sob desconfiança da comunidade internacional a respeito da lisura da disputa, na qual o presidente Nicolás Maduro tentará o terceiro mandato consecutivo. Maduro é herdeiro político de Hugo Chávez.
"São dois governos que apresentaram ponderações sobre o processo eleitoral em curso Venezuela. Então me parece que é bastante esperado que eles possam tratar também desses temas, sempre com um espírito construtivo e de engajamento", disse Queiroz.
Petro esteve na Venezuela na semana para encontros com o presidente Nicolás Maduro e com representantes da oposição, quando reforçou seu empenho pela 'paz' política no país.
Criticado por posições pró-Maduro, de quem é aliado, Lula afirmou que não se pode "jogar dúvida antes de as eleições acontecerem", porém, em março, considerou "grave" que a opositora Corina Yoris não tenha conseguido registrar sua candidatura à presidência da Venezuela.
Antes, o Supremo Tribunal de Justiça, alinhado a Maduro, inabilitou uma eventual candidatura de Maria Corina Machado, principal política de oposição no país.
Amazônia
Segundo o Itamaraty, além da situação na Venezuela, Lula e Petro têm um "cardápio" de temas que devem ser abordados durante a visita do líder brasileiros:
desenvolvimento sustentável da Amazônia;
relação comercial;
inclusão social de indígenas e negros;
integração regional.
Brasil e Colômbia são países com território coberto pela floresta Amazônica. Lula e Petro defendem o desenvolvimento sustentável da região e costumam cobrar o apoio financeiro de países mais ricos.
No âmbito regional, Lula e Petro também podem abordar a crise diplomática entre México e Equador.
A polícia equatoriana invadiu a embaixada do México em Quito e prendeu o ex-vice-presidente Jorge Glas, condenado à prisão por corrupção, mas que havia recebido asilo político do governo mexicano
Lula criticou o Equador e, segundo o Planalto, afirmou que o ato se tratou de "grave ruptura do direito internacional". O tema tem sido tratado pela Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).
Feira do Livro
Lula e Petro têm previsão de participar da abertura da 36ª edição da Feira Internacional do Livro de Bogotá. O evento irá até 2 de maio e tem o Brasil como país homenageado.
Conforme o Itamaraty, trata-se do principal evento cultural da Colômbia com expectativa de receber mais de 600 mil pessoas. A ministra da Cultura, Margareth Menezes, também viajou a Bogotá para abertura da feira.
O Brasil montou um pavilhão próprio no evento com livraria, exposições e apresentações artísticas. Fabiana Cozza e Hermeto Pascoal estão entre os artistas que devem se apresentar.
O governo informou que Aílton Krenak estará na comitiva brasileira. Ambientalista, filósofo e poeta, Krenak tomou posse recentemente na Academia Brasileira de Letras (ABL). Ele é o primeiro indígena a ocupar uma cadeira na ABL.