Ministro da Fazenda é um dos poucos que defendem a permanência de Prates no comando da estatal e a opinião dele costuma ter um peso grande nas definições de Lula. Jean Paul Prates
Adriano Machado/Reuters
A permanência de Jean Paul Prates no comando da Petrobras ganhou força depois de duas reuniões entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a portas fechadas, nesta segunda-feira (9). A avaliação de fontes do governo é que a situação de Prates mudou bastante em relação à sexta-feira, quando a saída dele era dada como certa.
Haddad esteve com Lula na manhã de ontem, numa conversa de 1h30 de duração. Depois, se reuniu com o presidente à noite, por 40 minutos. Lula havia convocado o ministro para uma reunião extraoficial em pleno domingo à noite. Haddad estava em São Paulo, desmarcou compromissos e retornou a Brasília. O presidente, no entanto, decidiu cancelar o encontro após a informação da reunião ter vazado para imprensa.
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O ministro da Fazenda é um dos poucos que defendem a permanência de Prates no comando da estatal e a opinião dele costuma ter um peso grande nas definições de Lula. Haddad está incomodado com a turbulência na governança da companhia em função das informações em off que estão circulando nos últimos dias sobre os embates do ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, e o presidente da estatal.
O próprio Silveira tem conversado com outros ministros sobre a hipótese de Prates permanecer na Petrobras, desde que haja uma mudança de linha de atuação, mais ajustada aos interesses do governo. Embora Silveira, ao criticar Prates, ecoe opiniões que também são de Lula, o presidente tem dito a interlocutores que o ministro passou do ponto nos últimos dias.
Nesse sentido, a demissão de Prates, nesse momento, pareceria uma vitória de Silveira, e não uma decisão de Lula.
Ainda de acordo com fontes do governo, a distribuição de dividendos extraordinários é um assunto pacificado. A Petrobras deverá distribuir metade destes dividendos até o final do mês, conforme o próprio Prates havia defendido semanas atrás.