Ex-governador do Ceará chamou senadora Janaína Farias (PT-CE) de 'assessora de assuntos de cama'. Parlamentares classificaram fala como 'preconceituosa, misógina e agressiva'. A bancada feminina no Senado protocolou nesta segunda-feira (8) um requerimento propondo voto de repúdio contra o ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT-CE) após ele ter se referido à senadora Janaína Farias (PT-CE) como "assessora de assuntos de cama" do ministro da Educação, Camilo Santana.
Ciro deu a declaração em uma entrevista à rede "A notícia do Ceará" na semana passada. Ele comentava a posse da senadora, segunda suplente da chapa que elegeu Santana, e que havia assumido uma cadeira na Casa após a licença de Augusta Brito (PT-CE) , primeira suplente.
As senadoras classificaram a fala como "preconceituosas, misóginas e agressivas". Todas as 15 mulheres com mandato na Casa assinaram o pedido.
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"No contexto de reiteradas lutas por equidade e respeito, as declarações proferidas pelo Sr. Ciro Ferreira Gomes contra a senadora Janaína Farias, caracterizadas por uma linguagem machista, preconceituosa e violenta, representam um retrocesso inaceitável às conquistas sociais e políticas alcançadas pelas mulheres", diz o documento.
As parlamentares ressaltaram que, além da agressão, a declaração mostra uma visão de desrespeito, discriminação de gênero, violam a dignidade da senadora e constitui violência política de gênero
"Esses ataques são repugnantes e absolutamente inaceitáveis, refletindo uma postura pessoal de desvalorização das mulheres e uma resistência preocupante à participação feminina em espaços de poder e decisão", menciona outro trecho.
As senadoras também destacaram que episódios como esse só fortalecem a luta das mulheres contra o machismo, a violência de gênero e em busca de mais representatividade.
"As falas do Sr. Ciro Gomes revelam falha em reconhecer o valor e a competência das mulheres em cargos de liderança. Nesse sentido, a bancada feminina do Senado Federal expressa sua solidariedade à senadora Janaína Farias e reitera seu compromisso inabalável com a defesa dos direitos das mulheres e a promoção de um ambiente político livre de discriminação e violência, onde o respeito pela dignidade de cada pessoa seja a regra, jamais a exceção", diz outro momento do requerimento.