O relatório produzido pela World Air Quality revelou que a qualidade do ar na cidade de Rio Claro está acima do limite recomendado pela OMS.
Um relatório produzido pela World Air Quality revelou um dado bastante problemático da cidade de Rio Claro: a qualidade de ar da cidade está entre as piores do país.
A empresa localizada na Suiça produz esse relatório para examinar a qualidade do ar de diversos países, incluindo o Brasil.
No ranking efetuado anualmente, apesar da melhora do ar comparada aos anos de 2020 e 2021, a qualidade piorou comparada ao ano de 2022. Em 2023, o índice atingiu o número 15,5, excedendo entre 3 e 5 vezes o parâmetro estabelecido pela OMS.
Rio Claro fica a frente de cidades como São Paulo e Campinas, por exemplo. Apesar da Prefeitura manter programas relacionados ao plantio de árvores ativos, assim como a coleta de lixo e a coleta seletiva funcionando com regularidade, os números continuam acima do desejável.
Algumas coisas podem explicar os motivos dos índices serem bastante preocupantes: a série histórica dos últimos 10 anos abre um alerta para a capacidade de produção de poluição para Rio Claro e Santa Gertrudes. Anos atrás, um plano para diminuir a poluição gerada pelo polo cerâmico foi estabelecido em parceria com a CETESB, que confirmou no mesmo ano que Rio Claro era a única cidade do interior paulista a ter a qualidade de ar considerada muito ruim.
Posto isso, o plano da CETESB e do polo cerâmico surtiu efeito aos padrões nacionais, porém, aos padrões internacionais, indicados pela OMS, a situação está longe de ser boa.
Uma professora da UFSCAR coordenou uma pesquisa sobre o assunto e relatou que 27% das partículas encontradas no ar da cidade é proveniente de queima de biomassa, 28% é por conta da poeira e outros 18% são provenientes de gases, como a fumaça de carros.
Nessa mesma pesquisa, a professora relatou que quanto menor a partícula de poluição, maior o risco de gerar doenças - afinal, essa partícula é absorvida mais facilmente, porém o seu processo de eliminação é mais difícil, sendo assim, uma explicação plausível para o número de mortes precoces: 35 mortes precoces em uma área de 100 mil habitantes, portanto, cerca de 70 óbitos anuais poderiam ser evitados se a qualidade do ar fosse melhor.
A OMS indica que 90% da população está em contato com concentrações de poluentes acima do limite recomendado e que esse processo de exposição pode causar ressecamento de mucosas e da pele, olhos e nariz irritados, complicações respiratórias e podem também levar à morte, por doenças crônicas.