Aliados mais próximos relatam que o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), tem enfrentado um dilema sobre sua própria sucessão.
O consenso no Centrão é que Lira precisa mais do que nunca fazer o próximo presidente da Casa para não repetir o que aconteceu com o seu antecessor, Rodrigo Maia, que foi desidratado quando deixou o comando do Legislativo.
O grande impasse é que o nome mais próximo de Lira, o deputado Elmar Nascimento (BA), líder do União Brasil, enfrenta resistência de vários setores da Câmara. Se insistir na candidatura de Elmar, alertam aliados, Lira corre o risco concreto de ser derrotado.
Isso porque poderia ter uma aliança dos demais nomes do Centrão em torno de uma candidatura para enfrentar Elmar-Lira. Nesse caso, haveria uma união dos pré-candidatos Marcos Pereira (SP), presidente do Republicanos, Antonio Brito (BA), líder do PSD, e Isnaldo Bulhões (AL), líder do MDB.
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Para embaralhar ainda mais o cenário, a direita bolsonarista já cogita lançar uma candidatura que levaria a disputa obrigatoriamente para o segundo turno.
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Diante disso, aliados de Lira já discutem abertamente a construção de um "tertius". Ou seja, um terceiro nome para solucionar o impasse. O líder do Republicanos, deputado Hugo Motta (PB), tem sido lembrado. Mas corre o risco de um veto do presidente da legenda, Marcos Pereira.
Nesse caso, já se cogita uma solução dentro do próprio PP: o líder da legenda, deputado Doutor Luizinho (RJ).
"Tudo o que o Lira mais teme é virar um fantasma como aconteceu com Rodrigo Maia. Por isso, ele sabe que tem que fazer o sucessor", enfatizou ao blog um interlocutor próximo do presidente da Câmara.