G1 - PolÃtica
Semana começa com parlamentares atentos ao resultado financeiro do Executivo para definir sessão do Congresso Nacional e acordo por emendas parlamentares. A Câmara inicia a semana com a pauta pressionada por quatro projetos do governo que trancam a votação de outras propostas a partir de terça-feira (19), e, com parlamentares atentos ao relatório de receitas e despesas do governo, que deve destravar acordos sobre vetos ao Orçamento e a parte das emendas parlamentares (leia mais abaixo).As matérias com urgência constitucional — solicitadas pelo governo — têm prazo de 45 dias para serem votadas. Por isso, impedem a votação de outros projetos no plenário. Esses textos tratam de questões econômicas e tributárias. São eles:altera o Código Civil para dispor sobre atualização monetária e juros;permite quotas diferenciadas de depreciação acelerada para máquinas usadas em determinadas atividades econômicas;aprimora o instituto da falência do empresário e da sociedade empresária;dispõe sobre o devedor contumaz e as condições para usufruto de benefícios fiscais. Após discurso de Lira sobre Orçamento, reunião entre Haddad e líderes da Câmara é canceladaO presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse que pretende votar na terça o programa que cria o Programa de Aceleração da Transição Energética (Paten). Apesar da pauta cheia, o deputado Ricardo Ayres (Republicanos-TO), relator da proposta que trata sobre o devedor contumaz, disse que o texto deve ser analisado pelo plenário no mesmo dia. O deputado Pedro Paulo (PSD-RJ), relator de outro projeto que tranca a pauta, também confirmou a votação na próxima semana, entre terça e quarta-feira (20)."A ideia é que a gente vote terça ou quarta. Segunda e terça vamos fazer o processo de escuta para ouvir as contribuições dos parlamentares", disse o deputado. Orçamento Outro ponto que deve atrair a atenção dos parlamentares nesta semana é o relatório de despesas e receitas do governo, que será divulgado na sexta-feira (22). O anúncio tem sido tratado por integrantes do governo como uma forma de mostrar aos parlamentares a pertinência dos vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Orçamento. Um desses vetos atingiu as emendas de comissão.O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido), afirmou que, após a divulgação, os parlamentares devem agendar a primeira sessão do Congresso em 2024. "Pretendemos fazê-la até o dia 15 de abril", disse. As sessões do Congresso são destinadas à avaliação de vetos presidenciais às propostas aprovadas pelo parlamento.Emendas parlamentaresNa sessão do Congresso, o governo vai trabalhar para manter o veto de Lula a parte das emendas de comissão, deixando a rubrica no patamar dos R$ 11 bilhões, como estava previsto inicialmente.Durante a tramitação no Congresso, o relator do Orçamento, Luiz Carlos Motta (PL-SP), aumentou o valor para R$ 16,6 bilhões. Lula vetou R$ 5,6 bilhões.Segundo Randolfe, o governo deve enviar um projeto ao Congresso para retomar o desenho da distribuição das emendas de comissões como previsto inicialmente, levando em conta os R$ 11 bilhões, antes de Motta elevar os valores. Isso deve ser feito logo após a reunião desta semana da Junta de Execução Orçamentária (JEO), responsável por acompanhar as receitas e despesas do governo. A recomposição do desenho original das emendas de comissão é necessária, segundo parlamentares, já que, com o veto, alguns colegiados importantes ficaram sem recurso algum — como as comissões de Turismo e de Minas e Energia, ambas ligadas a ministérios comandados pelo Centrão. A expectativa do governo é que a manutenção do veto seja possível, após essa reacomodação.