Governo venezuelano é criticado por perseguição a opositores. Venezuela marcou eleições presidenciais para 28 de julho. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não mencionou a gestão de Nicolás Maduro, na Venezuela, ao apontar os governos que consideram progressista na América do Sul.
Lula deu a declaração em Porto Alegre, durante um evento no qual detalhou investimentos previstos para o Rio Grande do Sul no Programa de Aceleração de Crescimento (PAC).
O presidente afirmou que a política 'está medíocre' atualmente, criticou a extrema-direita e citou Gabriel Boric (Chile), Gustavo Petro (Colômbia) e Luis Arce (Bolívia) como os progressistas que restaram na região.
Como está medíocre a política nos dias de hoje. Eu tive o prazer de ser presidente em 2008, quando a América do Sul tinha 10 presidentes progressistas. ... O que está reduzida a América do Sul hoje? Se eu quisesse fazer uma reunião de governos progressistas, não tem, a não ser o Arce da Bolívia, a não ser o companheiro da Colômbia [Petro] e o Boric no Chile. Acabou o progressismo", disse Lula.
O petista também elogiou políticos europeus, como o ex-presidente francês Jacques Chirac e os ex-primeiros-ministros da Inglaterra, Tony Blair, e da Alemanha, Gerhard Schröder.
"Eram pessoas que tinham estatura política que dava uma certa dimensão à arte chamada política", declarou Lula.
Eleições na Venezuela
A Venezuela marcou eleições para 28 de julho. Sucessor político de Hugo Chávez, o atual presidente, Nicolás Maduro, vai concorrer à reeleição.
O Supremo Tribunal de Justiça, alinhado a Maduro, inabilitou uma eventual candidatura de Maria Corina Machado, que hoje é a principal política de oposição no país caribenho.
No discurso desta sexta, Lula não comentou a eleição na Venezuela. Na semana passada, o presidente disse estar que não se pode 'jugar dúvidas' na lisura da disputa antes da eleição.
Lula afirmou, na ocasião, que Maduro lhe disse que serão chamados observadores do "mundo inteiro" para acompanhar as votações.
Jovens e Vinicius Jr.
Lula afirmou em mais de um momento que a democracia 'corre risco' no mundo por conta da atuação da extrema-direita e frisou a necessidade de passar esse entendimento para os mais jovens.
"Nós temos a obrigação de dizer isso para nossa juventude, que muitas vezes é muito imediatista. Muitas vezes mais é fácil a gente ser contra do que gente pensar, porque uma bobagem você não tem que pensar, você fala", disse o petista.
Lula voltou a defender o jogador brasileiro Vinicius Junior, vítima de atos racistas praticados por torcedores do Atlético de Madrid, que chamaram o atleta do Real Madri de chimpanzé.
"Vimos o que aconteceu com Vini Jr no jogo do Atlético de Madri. Esses fanáticos, esses doentes têm que perceber que quando eles veem uma pessoa negra, é um ser humano que está ali independente da cor da pessoa", disse Lula.