G1 - PolÃtica
Moraes tornou públicos nesta sexta termos de 27 depoimentos; parte dos investigados ficou em silêncio. O ex-ministro da Justiça Anderson Torres voltou a negar nesta sexta-feira (15), em nota divulgada pela defesa, que tenha participado de reuniões no governo Jair Bolsonaro "para tratar de quaisquer medidas antidemocráticas".A nota foi divulgada após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes retirar o sigilo de 27 depoimentos colhidos pela Polícia Federal no inquérito sobre uma tentativa de golpe de Estado para invalidar as eleições de 2022.O ex-presidente Jair Bolsonaro, ex-ministros de seu governo e militares estão entre os investigados. O nome de Anderson Torres é citado diversas vezes nesses depoimentos.O advogado Eumar Novacki diz, na nota, que "vai requerer nova oitiva ou eventual acareação, além de outras providências necessárias à elucidação do caso"."Anderson Torres mantém sua postura cooperativa com as investigações e seu compromisso inegável com a democracia", diz a nota.VALDO CRUZ: Depoimento de Freire Gomes 'complica' Bolsonaro, Anderson Torres e Pazuello, avaliam militaresRELEMBRE: PF mira Bolsonaro, Braga Netto, Valdemar, Paulo Sérgio Nogueira e Anderson Torres em operação sobre tentativa de golpe em 2022Depoimentos sem sigiloO ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes derrubou nesta sexta-feira (15) o sigilo dos depoimentos de militares e civis ouvidos no inquérito que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado arquitetada durante o governo Jair Bolsonaro.No despacho, Moraes diz que a decisão foi tomada "diante de inúmeras publicações jornalísticas com informações incompletas sobre os depoimentos prestados à autoridade policial".As falas dos depoentes eram mantidas em sigilo até esta sexta, mas trechos já tinham sido divulgados pela imprensa. Por exemplo, aqueles em que o ex-comandante do Exército, Marco Antônio Freire Gomes, relatou reuniões em que Bolsonaro teria tratado da chamada "minuta do golpe".A decisão torna públicos os depoimentos de:Jair Messias Bolsonaro, ex-presidente da República;Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Defesa e candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro em 2022;Valdemar Costa Neto, presidente do PL – partido pelo qual Bolsonaro disputou a reeleição;Augusto Heleno Ribeiro Pereira, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) de Bolsonaro;Carlos Almeida Baptista Junior, ex-comandante da Aeronáutica;Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha;Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército;Anderson Gustavo Torres, ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro;general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, ex-ministro da Defesa;Filipe Garcia Martins Pereira, ex-assessor internacional de Jair Bolsonaro;Tércio Arnaud Tomaz, ex-assessor de Bolsonaro apontado como membro do chamado "gabinete do ódio";general Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira, ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército;Marcelo Costa Câmara, coronel do Exército citado em investigações como a dos presentes oficiais vendidos pela gestão Bolsonaro e a das supostas fraudes nos cartões de vacina da família Bolsonaro;Ailton Gonçalves Moraes Barros, capitão reformado do Exército expulso após punições disciplinares;Amauri Feres Saad, advogado citado na CPI dos Atos Golpistas como "mentor intelectual" da minuta do golpe encontrada com Anderson Torres;Angelo Martins Denicoli, major da reserva do Exército que chegou a ocupar cargo de direção no Ministério da Saúde na gestão Eduardo Pazuello;Bernardo Romão Correa Netto, coronel do Exército;Cleverson Ney Magalhães, coronel do Exército e ex-oficial do Comando de Operações Terrestres;Eder Lindsay Magalhães Balbino, empresário que teria ajudado a montar falso dossiê apontando fraude nas urnas eletrônicas;Guilherme Marques Almeida, coronel do Exército e ex-oficial do Comando de Operações Terrestres;Helio Ferreira Lima, tenente-coronel do Exército identificado em trocas de mensagens com o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro Mauro Barbosa Cid;José Eduardo de Oliveira e Silva, padre da diocese de Osasco;Laércio Vergílio;Mario Fernandes, comandante que ocupou cargos na Secretaria-Geral e era tido como homem de confiança de Bolsonaro;Rafael Martins de Oliveira, tenente-coronel do Exército.Ronald Ferreira de Araújo Júnior, oficial do Exército;Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros, major do Exército.