A cúpula do Exército vai ficar em estado de prontidão nesta quinta-feira (22) – quando a Polícia Federal vai colher os depoimentos do ex-presidente Bolsonaro e militares como Braga Netto, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira e Marcelo Câmara, entre outros, no inquérito que investiga as tramas golpistas durante o governo Bolsonaro e os atos golpistas de 8 de janeiro.
Segundo apurou o blog, a cúpula do comando do Exército vai acompanhar com atenção o desenrolar dos depoimentos – principalmente, porque estarão sendo ouvidos generais da reserva e militares da ativa.
Embora não haja uma possibilidade concreta nesta quinta, o Exército também já se prepara para eventuais ordens de prisão que surjam a partir do comportamento dos depoentes, ou do que eles revelarem nas falas.
Militares da ativa classificam esta quinta-feira como importante para reforçar a separação entre a atuação individual de alguns militares e a "instituição Exército" durante o governo Bolsonaro.
Por isso, a orientação é evitar qualquer tipo de atitude que possa parecer um tratamento diferenciado aos militares que serão ouvidos hoje pela Polícia Federal.
Segundo lembra um membro das Forças Armadas, são militares sendo investigados não por um crime comum pela PF e pelo Supremo Tribunal Federal. Ou seja: são militares que cometeram um crime civil, e não um crime militar.
Silêncio de uns, fala de outros
Dentro da Polícia Federal, a expectativa que alguns dos 14 que serão ouvidos hoje fiquem em silêncio – entre eles, o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Os investigadores querem mostrar a alguns dos depoentes, porém, que a PF já colheu indícios de provas contra eles que podem levar à sua condenação.
Ou seja: há uma avaliação de que alguns dos depoentes podem acabar seguindo o caminho do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, e optar por uma delação.