Política G1 - Política

PF não descarta novas delações em inquérito sobre os atos golpistas e deve tomar novos depoimentos

Investigadores da Polícia Federal disseram ao blog que não descartam novas delações premiadas no inquérito que apura os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 – assim como o acordo já celebrado com Mauro Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro.

Por André Miranda

16/02/2024 às 08:54:28 - Atualizado há
Investigadores da Polícia Federal disseram ao blog que não descartam novas delações premiadas no inquérito que apura os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 – assim como o acordo já celebrado com Mauro Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro.

A expectativa é de que militares que trabalharam com Mauro Cid acabem tomando o mesmo caminho do chefe, diante das evidências já colhidas contra o grupo.

A PF também conta com depoimentos que devem ser agendados para os próximos dias e que podem revelar mais detalhes do que vinha sendo planejado dentro do governo Bolsonaro para subverter a ordem democrática e tentar evitar ou anular um revés eleitoral.

Um dos investigadores ouvidos pelo blog diz que os militares devem depor em situação de desvantagem. Ou seja, vão ser confrontados com os indícios de provas já colhidos a partir da delação de Mauro Cid e da checagem das informações passadas pelo ex-ajudante de ordens.

"Os militares que terão de depor estarão numa situação difícil. Há dados que já os comprometem nas quebras de sigilo obtidas pela PF até agora", diz o militar.

Nos próximos dias, a Polícia Federal deve agendar os depoimentos de quem já está preso e teria se envolvido na elaboração da tentativa de um golpe de Estado. E, ainda, de pessoas que foram citadas nas investigações, mas não estavam entre os alvos da operação de semana passada.

Entre esses depoimentos, o mais esperado é o ex-comandante do Exército Freire Gomes, que chegou a se reunir com o ex-presidente Bolsonaro para discutir a minuta do golpe.

Segundo a delação de Mauro Cid, o general Freire Gomes se reuniu com Bolsonaro, com o então ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, e com o então comandante da Marinha, Almir Garnier, no Palácio da Alvorada em 7 de dezembro de 2022.

Naquele momento, o grupo teria sido apresentado à proposta de minuta golpista, que previa a decretação de garantia da lei e da ordem e uma intervenção no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que culminaria com a prisão do presidente do TSE, Alexandre de Moraes.

Como o blog mostrou nesta quinta, Freire Gomes conta com a confiança da atual cúpula do Exército – que, no entanto, espera que o general esclareça nos depoimentos se foi omisso ao comparecer a tais reuniões e tomar conhecimento de planos golpistas.
Comunicar erro

Comentários Comunicar erro

O Jornal

© 2024 Copyrigth 2024 - O JORNAL, todos os direitos reservados.
Avenida 9 nº 625 - Sala 8 - Centro - Rio Claro - SP

•   Política de Cookies •   Política de Privacidade    •   Contato   •

O Jornal