O Exército exonerou dos postos de comando dois militares que foram alvos da operação da Polícia Federal, deflagrada na semana passada, que investiga a organização de um golpe de Estado.
As exonerações, assinadas pelo comandante do exército, general Tomás Paiva, foram publicadas nesta quarta-feira (14) no "Diário Oficial da União". Os militares são:
o tenente-coronel Guilherme Marques de Almeida, que deixa o comando do 1º Batalhão de Operações Psicológicas em Goiânia
o tenente-coronel Hélio Ferreira Lima, que deixa o posto de comandante da 3ª Companhia de Forças Especiais em Manaus
De acordo com as investigações da Polícia Federal, o grupo investigado -- que abrange militares, o ex-presidente Jair Bolsonaro e políticos de seu entorno -- se articulou para minar a credibilidade das instituições e promover um golpe de Estado, com o objetivo de manter Bolsonaro no poder.
As investigações
De acordo com a PF, o grupo investigado se dividiu em dois "eixos", ou núcleos de atuação para tentar minar o resultado das eleições 2022.
O primeiro "eixo" era voltado a construir e propagar informações falsas sobre uma suposta fraude nas urnas, apontando "falaciosa vulnerabilidade do sistema eletrônico de votação".
"[...] Discurso reiterado pelos investigados desde 2019 e que persistiu mesmo após os resultados do segundo turno do pleito em 2022", pontua a Polícia Federal.
O segundo "eixo", por sua vez, praticava atos para subsidiar a abolição do Estado Democrático de Direito – ou seja, para concretizar o golpe.
Essa etapa, de acordo com as investigações, tinha o apoio de militares ligados a táticas e forças especiais.