Operação realizada pela Polícia Federal busca elucidar a possível tentativa de golpe de Estado.
A Polícia Federal e o ex-presidente Bolsonaro tiveram suas histórias novamente interligadas na última semana.
Conforme informações, a Operação Tempo da Verdade buscava compreender a possível tentativa de golpe de estado em que o ex-presidente e aliados estariam envolvidos. A operação foi autorizada pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes.
Ao mesmo tempo que a operação cumpriu mandados de busca e apreensão que auxiliaram no processo de descobrir a cronologia do possível golpe de estado, a delação do ex-ajudante de ordens do governo anterior, Mauro Cid colocam em evidência a presença do ex-presidente na construção do possível golpe de estado.
Uma das principais provas é a gravação de uma reunião ministerial, que ocorreu em julho de 2022, encontrada no computador de Mauro Cid. Nessa reunião, Bolsonaro e ministros do governo discutem uma eventual derrota nas eleições e o ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, o general Augusto Heleno fala sobre uma virada de mesa antes das eleições.
Dias depois, o ex-presidente Jair Bolsonaro participou de uma reunião com diplomatas para acusar o sistema eleitoral brasileiro de uma possível fraude.
Após as eleições, foram encontrados documentos que reforçavam uma narrativa golpista - um desses documentos foi encontrado no celular de Mauro Cid e outro pelo coronel Bernardo Netto, que foi encaminhado para o comandante do exército no período.
Bolsonaro teria recebido a "minuta do golpe" em dezembro e teria participado de uma reunião com general do Comando de Operações Especiais, que teria colocado à disposição as tropas para aderir o golpe.
No dia 8 de janeiro de 2023, manifestantes golpistas entraram na sede dos Três Poderes e destruíram os prédios. Bolsonaro só retornou ao Brasil em março e em junho, foi declarado inelegível pela reunião com os embaixadores.
Mauro Cid fechou um acordo de delação premiada no mesmo ano, assim como a CPMI dos Atos Golpistas indiciou Bolsonaro e outros integrantes do governo no período por crimes contra o Estado, sendo um deles, a tentativa de um golpe contra o Estado Democrático de Direito. Diversos militares também foram indiciados.
Em 2024, a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão para compreender a possível participação do ex-presidente e de outros ex-integrantes do governo. Nessa operação, a PF prendeu o presidente do PL, Valdemar Costa Netto por posse de arma ilegal e na sede do partido, foi encontrado uma cópia da minuta do golpe.
As investigações continuam e quatro pessoas além de Valdemar permanecem presas, sendo três coronéis do exército e um ex-assessor do ex-presidente.