Os ministros do Planejamento, Simone Tebet, e da Fazenda, Fernando Haddad, avaliaram para o blog que os impactos no Brasil do conflito entre Israel e Hamas vão depender do tempo que durar a fase mais aguda do combate.
Se for mais rápida, o impacto tende a ser muito pequeno. Se perdurar, aí os efeitos podem ser bem negativos.
Enquanto isso, dizem os dois ministros, o Brasil precisa cuidar de sua agenda interna, de aprovação de projetos da agenda econômica e da reforma tributária, para que o país esteja mais blindado a crises que venham de fora.
"Se essa saída da fase aguda for mais rápida, se esse conflito, mesmo que continue, perder a intensidade, o impacto acaba sendo diluído. Está tendo uma subida no preço do petróleo, mas já teve um recuo, a avaliação é que tudo vai se ajustar no médio prazo se o conflito sair desta fase mais endêmica num prazo curto", afirmou a ministra do Planejamento ao blog.
Ela lembrou que, até pouco tempo, a preocupação era com a guerra da Rússia na Ucrânia, mas isso já foi absorvido. Mais recentemente, era a questão dos juros nos Estados Unidos, por quanto tempo vão permanecer elevados.
"Agora, é o conflito em Israel. No curto prazo tem as instabilidades naturais, mas podem ser absorvidas se o conflito não se alastrar e entrar em fase de negociação", completou a ministra.
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também está preocupado, mas avalia que o Brasil tem como evitar impactos maiores. Ou seja, estaria nas mãos do país contornar efeitos mais fortes na economia. Segundo Haddad, a "saída é impulsionar a agenda interna".
Haddad e Simone Tebet acreditam na aprovação dos projetos da agenda econômica e na reforma tributária. O ministro da Fazenda avalia que a tributação dos fundos exclusivos e de offshores vai ser aprovada no final de outubro.
A ministra do Planejamento dá como certa a aprovação da reforma tributária ainda neste ano. Tudo isso, destacam, vai fortalecer a economia brasileira internamente, evitando maiores contaminações em crises como a do Oriente Médio.