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'Abin paralela': apuração interna começou 'após minha determinação', diz ex-diretor-adjunto após demissão

Ex-diretor-adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), o delegado da Polícia Federal Alessandro Moretti afirmou nesta quarta-feira (31) que foi o responsável por iniciar a apuração interna que descobriu o uso ilegal de ferramentas da Abin para monitorar autoridades e desafetos políticos durante o governo Jair Bolsonaro.

Por André Miranda

31/01/2024 às 11:37:29 - Atualizado há
Ex-diretor-adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), o delegado da Polícia Federal Alessandro Moretti afirmou nesta quarta-feira (31) que foi o responsável por iniciar a apuração interna que descobriu o uso ilegal de ferramentas da Abin para monitorar autoridades e desafetos políticos durante o governo Jair Bolsonaro.

Moretti foi exonerado do posto de "número 2" da Abin nesta terça (30), em meio às operações da Polícia Federal que apuram a conduta dessa suposta "Abin paralela". Pairava sobre ele a suspeita de uma relação pessoal com o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), que comandou a Abin na gestão Bolsonaro.

"Venho a público para esclarecer que, após minha determinação, na época como Diretor-Geral em exercício, é que foram iniciados os trabalhos de apuração interna relacionados ao uso de ferramenta, com a instauração de sindicância investigativa pela Corregedoria-Geral", escreveu Moretti em uma nota enviada ao blog.

Lula exonera Alessandro Moretti, número 2 da Abin

"Diversas medidas foram adotadas e muitas outras estão sendo implementadas pela atual gestão para a modernização da gestão da Agência, o que garantiu, inclusive, a citada apuração ampla e independente", prosseguiu.

No comunicado, Moretti também agradece ao diretor-geral da Abin Luiz Fernando Corrêa, indicado por Lula no início do mandato e mantido no comando da agência em meio às investigações. Foi Corrêa quem escolheu Alessandro Moretti para ser seu "vice" à frente da Abin.

Na nota, o ex-diretor-adjunto não menciona o presidente Jair Bolsonaro, nem o deputado Alexandre Ramagem.

Também não cita o relatório da Polícia Federal em que Moretti aparece dizendo a servidores da Abin que as investigações tinham fundo político.

"Agradeço a oportunidade de trabalhar nesta Agência que tanto respeito e de ter podido contribuir com seu processo de modernização, do modo como sempre atuei nos meus 33 anos de serviço público, na proteção da sociedade brasileira, como servidor de Estado. Meu especial agradecimento ao Dr. Luiz Fernando Corrêa, Diretor-Geral da ABIN, pela confiança e profissionalismo", diz o texto.
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