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'A gente nunca está seguro', diz Lula sobre composição atual da Abin após operações da PF

Presidente negou que haja perseguição política contra Bolsonaro na investigação: 'as pessoas que não devem não temem,'.

Por André Miranda

30/01/2024 às 09:29:28 - Atualizado há
Presidente negou que haja perseguição política contra Bolsonaro na investigação: 'as pessoas que não devem não temem,'. Lula disse também que, se comprovada amizade com Ramagem, não há 'clima' para número 2 da Abin seguir no posto. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira (30) que o governo "nunca está seguro" ao indicar o primeiro escalão de entidades como a Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

"A gente nunca está seguro. O companheiro que eu indiquei para ser o diretor-geral da Abin [Luiz Fernando Corrêa] foi meu diretor-geral da PF entre 2007 e 2010. É uma pessoa que eu tenho muita confiança, e por isso chamei, já que eu não conhecia ninguém da Abin", declarou Lula em entrevista à CBN Recife e a rádios do Nordeste.

A Polícia Federal investiga suposto uso da Abin no governo Jair Bolsonaro para monitorar, de forma ilegal, adversários políticos da família Bolsonaro, autoridades públicas e cidadãos considerados "desafetos" pelo governo, entre outros alvos.

O ex-diretor da agência e atual deputado federal Alexandre Ramagem (PL-SP) é um dos investigados, assim como o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-SP), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro.

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Lula também falou sobre uma possível exoneração do diretor-adjunto da Abin, Alessandro Moretti – número 2 na agência e, supostamente, vinculado a Ramagem.

"Tem um cidadão que é o que está sendo acusado que é o que mantinha relação com o Ramagem, inclusive relação que permaneceu já durante o trabalho dele na Abin. Se isso for verdade, não há clima para esse cidadão continuar na polícia", disse Lula sobre Moretti.

O presidente, no entanto, defendeu que essa decisão só seja tomada após uma investigação sobre o tema. "Antes de você fazer simplesmente a condenação a priori, é importante que a gente investigue corretamente, apure, garanta o direito de defesa", afirmou.

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Lula nega perseguição

Alexandre Ramagem e Carlos Bolsonaro foram alvos de mandados de busca e apreensão na quinta (25) e na segunda-feira (29), respectivamente, assim como assessores dos dois parlamentares.

Questionado na entrevista desta terça, Lula negou que haja "perseguição" da Polícia Federal a Bolsonaro e aliados.

"O governo brasileiro não manda na Polícia Federal, muito menos na Justiça. Você tem uma investigação, decisão de um ministro da Suprema Corte que mandou fazer busca e apreensão sob suspeita de utilização com má fé pela Abin, dos quais o delegado que era responsável era ligado à família Bolsonaro, e a PF foi cumprir um mandado da Justiça", disse Lula.

"Eu não vejo nenhum problema anormal, se há decisão judicial. O que eu espero é que as pessoas que estão sendo investigadas sejam investigadas, tenham direito à presunção da inocência que eu não tive. E acho que as pessoas que não devem não temem", prosseguiu.

"O cidadão que está acusando foi presidente da República, lidou com a Polícia Federal. Tentou mandar na PF, trocava superintendente a bel-prazer, sem nenhum respeito ao que pensava o próprio diretor geral da Polícia Federal, o ministro da Justiça. Eu acho que tem que funcionar as coisas de acordo com os interesses da instituição."

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