Lula fala sobre indicação para o STF: 'não precisa perguntar de gênero ou de cor'
O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), só deve pautar a sabatina da advogada Daniela Teixeira, indicada à vaga de ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ), depois que o presidente Lula encaminhar as indicações para o posto de Augusto Aras na Procuradoria-Geral da República (PGR) e de Rosa Weber no Supremo Tribunal Federal (STF).
Alcolumbre tem sido criticado por assessores de Lula, por segurar a sabatina de Daniela Teixeira. A equipe do presidente avalia que o argumento utilizado pelo senador faz parte de sua estratégia de abrir espaço para negociações no Palácio do Planalto de seus pleitos.
Um deles, afirmam auxiliares presidenciais, é a retomada de poder sobre a liberação de verbas das emendas parlamentares. Neste caso, o governo Lula já sinalizou que não pretende ceder aos pedidos de Alcolumbre.
No caso da PGR, o presidente da CCJ defende a recondução de Augusto Aras, o que é visto como praticamente descartado pela equipe de Lula.
Segundo interlocutores do presidente, Alcolumbre pode estar querendo repetir o que fez com André Mendonça, indicado por Bolsonaro para o STF, mas que o presidente da CCJ tentou inviabilizar, deixando na gaveta a sabatina por quatro meses.
No caso atual, não seria uma busca de inviabilizar, mas tentar interferir na escolha ou abrir negociações de outros desejos com o Palácio do Planalto.
O presidente Lula conta com a ajuda do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para convencer seu aliado, Alcolumbre, a destravar as sabatinas. Não é só a de Daniela Teixeira que está esperando agendamento. Outras também estão na fila à espera de uma decisão do presidente da CCJ.