A imprensa internacional está de olho nos interrogatórios do Supremo Tribunal Federal (STF) desta semana, em que réus por tentativa de golpe de Estado, entre eles o ex-presidente Jair Bolsonaro, estão prestando depoimentos Bolsonaro admite ter discutido com comandantes militares possibilidades na Constituição para contestar eleição
A imprensa internacional está de olho nos interrogatórios do Supremo Tribunal Federal (STF) desta semana, em que réus por tentativa de golpe de Estado, entre eles o ex-presidente Jair Bolsonaro, estão prestando depoimentos.
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A rádio pública americana NPR classificou o julgamento como "histórico" em um texto publicado em seu site na tarde desta terça-feira (10).
A reportagem destaca que essa é a "primeira vez na história brasileira que um ex-chefe de Estado é julgado por tentar derrubar um governo".
A NPR ressalta também que os interrogatórios estão sendo conduzidos pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
"Moraes se tornou uma figura polarizada, enfrentando críticas de Bolsonaro e seus aliados — incluindo Elon Musk e o presidente Donald Trump — devido a seu esforço contra a desinformação e suposta censura", diz o texto da NPR.
Embora sem destaque em seu portal principal, o jornal Washington Post também publicou na tarde de terça um texto da agência de notícias AP.
A agência relata que Bolsonaro negou ter participado de um plano para reverter o resultado das eleições de 2022, vencidas pelo atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Bolsonaro é descrito como um político de "direita radical" e um "ex-militar conhecido por expressar nostalgia pela ditadura que o país já viveu no passado".
O texto traz uma análise de Thiago Bottino, professor da FGV Direito Rio, afirmando que o julgamento é "histórico" por submeter, pela primeira vez, pessoas acusadas de tentativa de golpe a um processo criminal.
O britânico The Guardian noticiou o julgamento na segunda-feira (9), com destaque ao papel de Bolsonaro — descrito como um "paraquedista de 70 anos que se tornou populista e governou de 2019 a 2023".
O STF, por sua parte, estaria tentando "desvendar o que a Polícia Federal alega ter sido um plano de três anos para vandalizar uma das maiores democracias do mundo", diz o jornal.
Ainda de acordo com o Guardian, há um "amplo consenso entre especialistas" de que Bolsonaro será condenado este ano" — entretanto, o jornal afirma que permanecem dúvidas sobre se, de fato, o ex-presidente cumpriria pena.
O texto lembra que o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, prometeu, caso consiga se eleger presidente em 2026, dar indulto a Bolsonaro.
Antes de Bolsonaro prestar depoimento, o jornal argentino Clarín repercutiu na tarde desta terça-feira o depoimento do ex-ministro da Justiça Anderson Torres.
No título, o jornal destaca: "Ex-ministro admite que propostas de golpe eram 'recorrentes' e complica o ex-presidente do Brasil".
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Ton Molina/STF
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