Política G1 - Política

COP 30: Brasil inicia 2025 com expectativa para conferência do clima, mas postos-chave ainda não foram definidos

.

Por André Miranda

04/01/2025 às 20:19:36 - Atualizado há
País sediará encontro sobre mudanças climáticas em novembro. Lula deve escolher em janeiro nomes do presidente e do responsável pela articulação institucional da COP 30. COP 30: evento em Belém tem impulsionado o turismo no estado

Depois da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2024 (COP 29), no Azerbaijão, o Itamaraty, o Ministério do Meio Ambiente e a Casa Civil começaram a trabalhar na construção da COP 30 no Brasil, que será realizada em Belém (PA) em novembro deste ano.

Contudo, Lula ainda não indicou quem vai presidir a COP 30. Desde o ano passado, assessores da Presidência vêm aconselhando o mandatário a definir e anunciar um nome.

Havia, inclusive, a previsão de que o presidente fosse escolhido e anunciado em Nova York, durante a participação do presidente em agendas às margens da abertura da Assembleia Geral da ONU. Não foi o que aconteceu.

Esperava-se, então, um anúncio durante a COP29, em Baku. Mas Lula sequer viajou para o evento, após sofrer uma acidente doméstico no Palácio da Alvorada. O ano de 2025 inicia, portanto, com essa indefinição.

Ativistas cobraram financiamento de ações contra mudanças climáticas na COP 29, no Azerbaijão

Reuters/Murad Sezer

Apesar disso, o histórico aponta que a designação do presidentes da COP pode acontecer em janeiro, como tem acontecido nas últimas duas edições. Mukhtar Babayev foi designado presidente da COP29 (Baku) em 5 de janeiro de 2024. Já Al Jaber foi apontado como presidente da COP28 (Dubai) no dia 12 de janeiro de 2023.

O nome mais cotado para ser indicado à presidência da COP 30 é o do embaixador André Corrêa do Lago. O diplomata tem trabalhado com temas de desenvolvimento sustentável desde 2001.

O cargo de presidente de uma COP tem peso importante, pois cabe ao ocupante da função mediar e articular os debates com outros países, e, até mesmo, construir consenso para uma declaração final.

A COP 30 terá grandes desafios. A Conferência do Azerbaijão não resolveu totalmente a questão do financiamento climático. E o governo brasileiro tem visto com preocupação a carga de demandas que a cúpula terá de resolver.

Segundo especialistas, o Brasil terá a responsabilidade de retomar o debate e avançar em acordos para a preservação ambiental e climática.

Para o Itamaraty, a COP 30 poderá deixar como "grande legado" a renovação de compromissos com a redução das emissões de gases poluentes e o término de debates que o Azerbaijão não concluiu.

Articulador institucional

Cursos preparatórios visam capacitação para Cop-30

Além da presidência da COP 30, ainda está indefinido o nome de quem ocupará o posto de Campeão de Alto Nível sobre Mudanças Climáticas. Trata-se de uma função da estrutura da Organização das Nações Unidas (ONU). O indicado terá um mandato de dois anos e também será escolhido por Lula

O ocupante do cargo será responsável por fazer uma ponte institucional entre os países da COP e outros atores que têm interesses nas negociações da Conferência, como o mercado, a sociedade civil, a academia e movimentos sociais.

A indicação desse nome passará pelo crivo de quem for escolhido presidente da COP 30. Mesmo assim, alguns nomes já são cotados, segundo fontes da diplomacia brasileira, como o da matemática Thelma Krug, que foi vice-presidente do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU.

O perfil dela é considerado técnico e discreto. E ela tem bom trânsito na comunidade internacional especializada em clima.

Outro nome cotado é o de Frederico Assis, assessor internacional da Presidência da República e braço direito de Celso Amorim.

Frederico também é ligado ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e tem perfil considerado pelo Planalto como "pragmático, hábil e agregador".

O nome de Frederico tem apoio da ala política progressista do governo. Ele tem boa relação com atores do Executivo e, segundo integrantes do Palácio do Planalto, também no plano internacional.

Integrantes do Planalto também citam o nome do secretário-executivo do Consórcio de Governadores da Amazônia Legal, Marcello Brito, como possível indicado. Brito é considerado "experiente" no tema e tem boa interlocução com o governador do Pará, Helder Barbalho.
Comunicar erro

Comentários Comunicar erro

O Jornal

© 2025 Copyrigth 2024 - O JORNAL, todos os direitos reservados.
Avenida 9 nº 625 - Sala 8 - Centro - Rio Claro - SP

•   Política de Cookies •   Política de Privacidade    •   Contato   •

O Jornal