O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), cobrou do presidente Lula que integrantes do governo parem de inviabilizar acordos costurados entre o Parlamento e o Executivo. O blog teve acesso a detalhes da reunião entre os dois que ocorreu nesta quarta-feira (13) e destravou a pauta econômica no Congresso.
A reunião foi um pedido do líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE). Participaram o próprio Guimarães, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, Lula e Lira. Os dois presidentes tiveram um momento reservado, que não foi acompanhado pelos demais interlocutores.
No encontro, Lira teria se queixado que fecha acordos com Fernando Haddad, mas que o governo não viabiliza a execução do que foi combinado. Haddad e Lira têm boa relação. A insatisfação passa por vetos de Lula, sugeridos pela área técnica, a trechos de projetos de lei que foram acordados entre Câmara e Fazenda.
Na avaliação do presidente da Câmara, isso acabaria inviabilizando a relação. Lira teria reclamado também que os deputados estão cansados de ficarem com a pecha de que só aprovam projeto com liberação de emendas. Quando, na verdade, a demora se daria pelo não cumprimento do que é acordado.
A pauta econômica foi destravada depois que o governo garantiu que apoiaria a relaização de sessão do Congresso nesta quinta-feira. A liderança do governo trabalhava para adiar a sessão, diante das iminentes derrotas nas derrubadas dos vetos à desoneração e ao marco temporal.
Por fim, a reunião teria tratado ainda da CPI da Braskem e de um pedido para que a base não apoie possíveis palanques políticos na comissão de inquérito. Nesta quinta (14), Lira fez uma postagem no X:
"Confio que a CPI criada pelo Senado para investigar os problemas da exploração de sal-gema em Maceió pela Braskem fará um trabalho técnico meticuloso e profundo e de apuração de responsabilidades. O povo de Maceió não pode ser prejudicado. O compromisso público do presidente da CPI, senador Omar Aziz, é nesse sentido. Portanto esta CPI não deve ser um palanque político. E sim uma chance de Maceió e seus moradores buscarem reparação", afirmou.