G1 - PolÃtica
Ministros Alexandre Padilha, da Secretaria de Relações Institucionais, e Rui Costa, da Casa Civil, também discutiram sobre uma reunião geral de ministros e sobre o retorno do presidente a Brasília. Haddad também esteve com o presidente na manhã desta segunda (16). Alexandre Padilha, ministro de Secretaria de Relações Institucionais do BrasilReprodução/GloboNewsOs ministros Alexandre Padilha, da Secretaria de Relações Institucionais, e Rui Costa, da Casa Civil, visitaram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na tarde desta segunda-feira (16), em sua casa no Alto de Pinheiros, em São Paulo, e discutiram temas como a votação da reforma tributária, reunião geral de ministros e o retorno do presidente a Brasília.Lula ficou internado do dia 9 ao dia 15 de dezembro no Hospital Sírio-Libanês, quando teve alta. Ele passou por uma cirurgia de emergência na terça para drenar um hematoma na cabeça - ainda em decorrência de uma queda que sofreu no banheiro de casa em outubro.Padilha afirmou que a votação da reforma tributária é a "prioridade absoluta" e que a expectativa é a de que o texto seja votado ainda esta semana na Câmara dos Deputados.A expectativa é que possa começar a discussão e votarmos esta semana a reforma tributária, concluindo, no Congresso Nacional, algo histórico. Nunca aconteceu, no Brasil, a aprovação de uma reforma tributária num ambiente democrático. Esse debate está no Congresso há décadas e não se conseguia avançar. Muita gente duvidava, por exemplo, que o Senado votaria este anoO ministro disse que Lula deve fazer uma reunião com todos os ministros de Estado na próxima sexta-feira (20), mas ainda não há definição sobre o formato do encontro, já que o presidente recebeu alta hospitalar, mas ainda está sob observação médica e não pode realizar voos.Padilha também contou que pretende concluir este ano a votação de medidas que consolidam o Marco Fiscal.Apesar de participar da visita, o ministro Rui Costa não concedeu entrevistas.Visita de Haddad Haddad fala após visita a LulaTambém nesta segunda (16), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, visitou o presidente Lula para discutir a reforma tributária e o pacote de corte de gastos enviado ao Congresso e que ainda não foi votado. Segundo Haddad, o apelo do presidente é para que as medidas não sejam desidratadas pelos parlamentares."O presidente disse ontem que ninguém se preocupa mais com a questão fiscal quanto ele. Por isso, o apelo que ele está fazendo é para que as medidas não sejam desidratadas", disse o ministro."Temos um conjunto de medidas que garante a robustez do arcabouço fiscal e para garantir que vamos continuar cumprindo com as metas nos próximos anos", acrescentou.O governo enviou ao Congresso no fim de novembro um pacote de medidas para cortar gastos e buscar o equilíbrio das contas públicas. As propostas ainda não foram votadas. O Congresso só tem mais esta semana para fazer isso, antes do recesso de fim do ano.Uma das principais medidas é uma trava para limitar o aumento do salário mínimo. Com esse pacote, o governo espera poupar R$ 70 milhões nos próximos dois anos.A preocupação com as contas públicas e a demora para votar o pacote estão mexendo com as expectativas dos investidores. O dólar opera em alta mais uma vez nesta segunda e a bolsa está caindo.Haddad disse estar convencido de que o governo conseguirá cumprir com as metas fiscais estabelecidas para os próximos anos."Se não fosse o contratempo que tivemos com o Perse (Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos) e com a desoneração da folha, nós teríamos já nesse primeiro ano de orçamento do governo Lula um superávit primário", disse o ministro, reiterando que o superávit só não deve vir por conta da renúncia fiscal de R$ 45 bilhões com as medidas.Renúncia fiscal é quando o governo deixa de arrecadar dinheiro por causa de algum benefício concedido a setores da economia, como desconto ou isenção de impostos.Em agosto, o Senado aprovou uma proposta que mantém a desoneração da folha de pagamento de empresas e municípios até o fim deste ano. O projeto também prevê uma reoneração gradual da folha dos setores e das prefeituras a partir de 2025.Haddad ainda afirmou que contou sobre os principais pontos em discussão na Câmara para o presidente para que, caso fosse necessário, Lula tomasse alguma providência, "como dar um telefonema tranquilizador para acelerar as coisas".O ministro, no entanto, não detalhou qual "ponto", nas negociações em curso na Câmara, poderia exigir esse telefonema. O governo espera que a Câmara conclua a votação do projeto de regulamentação da reforma tributária e inicie a análise do pacote de corte de gastos ainda esta semana.O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, explica as medidas de corte de gastos em coletiva de imprensa nesta quinta-feiraDiogo Zacarias/Ministério da FazendaPreocupações com a reforma tributáriaHaddad afirmou ainda que o presidente se mostrou preocupado com as alterações feitas no texto da reforma tributária que passou no Senado, na última quinta-feira (12)."Discutimos com ele alguns detalhes que o preocupavam, como a questão das armas. Eu não sabia que esse assunto estava sendo debatido, e também a questão das bebidas açucaradas, em função da saúde pública", afirmou Haddad.Na semana passada, ao votar as regras da reforma tributária, o Senado decidiu que a venda de armas não terá o "imposto do pecado", uma dupla tributação que será aplicada sobre bens e serviços considerados prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente, como cigarros, bebidas alcoólicas e apostas.Segundo o ministro, todos os detalhes do que foi alterado na reforma foram discutidos com o presidente, para que ele pudesse "julgar a conveniência de eventualmente orientar os líderes da base"."O que se espera é que a reforma tributária seja sancionada este ano, com eventuais conciliações entre o Senado e a Câmara em torno da alteração das questões das armas e dos produtos", disse Haddad."Então, talvez a Câmara possa, se não houver acordo com o governo, revisar isso. Pode ser que a Câmara já tenha feito visitas a esses temas", acrescentou.