G1 - PolÃtica
Vetos não combinados com parlamentares ao arcabouço e Carf devem segurar votação de medida provisória com a qual governo pretende arrecadar até R$ 35 bilhões. Parlamentares estão incomodados com as falhas do governo na articulação política e sinalizaram que pautas importantes para o Palácio do Planalto podem ser represadas.Governo tem últimos dias para aprovar no Congresso prioridades da pauta econômica; veja projetosNa prática, os congressistas condicionam a votação de projetos à derrubada de vetos presidenciais não combinados com o Congresso.O 'all-in' de Haddad: ministro madruga em Brasília para tentar salvar pauta econômicaDeputados ouvidos pelo g1 disseram que não "querem nada" para votar as propostas prioritárias para o governo, apenas que os acordos fechados com os partidos sejam cumpridos.Segundo um desses parlamentares, o que o governo combinou para ter governabilidade precisa ser cumprido e o "prazo acabou".Arcabouço e CarfO que incomoda os parlamentares são, principalmente, os vetos do governo a dispositivos do arcabouço fiscal e ao projeto que alterou as regras para julgamentos do Carf. Lula vetou dois trechos do arcabouço. Um deles determinava condições para que o gestor não seja enquadrado na Lei de Responsabilidade Fiscal quando descumprir o limite inferior do resultado primário.Congressistas reclamam que o governo tem agido para postergar as sessão do Congresso Nacional que vai analisar os vetos presidenciais na tentativa de mudar os acordos já fechados.Com isso, avaliam que a MP 1185, que muda a tributação de subvenções de ICMS concedidos por estados a empresas não será votada pelo plenário da Câmara nesta semana.Essa MP é importante para o governo. Nas contas da equipe econômica, se o texto for aprovado, pode aumentar a arrecadação da União em R$ 35 bilhões. Na prática a MP extingue uma prática que hoje ocorre em relação a pagamentos de impostos federais. As empresas abatem da base de cálculo desses impostos benefícios fiscais que recebem dos estados. Com isso, o valor que devem pagar à União fica menor. Leia também:Bets: Fazenda quer permitir autorização automática para empresa que cumprir regra; mais de 130 manifestaram interesseRelator da reforma tributária na Câmara defende usar cashback e suprimir cesta básica estendidaLDO: Líderes do governo pedem que votação seja adiada para 'correções' no relatório de Danilo ForteEsta matéria foi classificada pelo líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), como a prioridade das prioridades, nesta semana decisiva para o Planalto. "Antes de quinta [data da sessão do Congresso para analisar os vetos], a 1185 não vota no plenário de jeito nenhum", afirmou um dos deputados ouvidos pelo g1. As críticas recaem sobre o ministro Alexandre Padilha, das Relações Institucionais.Segundo os parlamentares, a promessa de pagamento de emendas ainda neste ano é "conversa mole", porque elas são obrigatórias. "O que falta é o governo cumprir os acordos que fizeram", se queixou um deputado.